Começou nesse dia 25 de Agosto a 5ª etapa do CPT (Curitiba Poker Tour), que vai até dia 2 de Setembro, e já no primeiro dia tivemos o High Roller garantindo a segunda maior premiação da etapa.
Com um satélite oferecendo 15 vagas por um buy-in de R$ 90, muitos jogadores foram buscar essa chance, já que o garantido do HR era de 100K. O buy-in do torneio foi R$ 1.200 e contou com 72 jogadores que fizeram o pote bater 118K.
O campeão da noite foi Francisco Natanael, que além da premiação já somou alguns pontos no ranking também. Seguindo o campeão, ficaram Gregory Wonsttret de Faria e Allan Karas, em 2º e 3º, respectivamente.
Francisco falou conosco sobre seu torneio: “Esse torneio foi especial do começo ao fim. Na semi FT, eu estava com algo em torno de 30 blinds quando me deparei com um adversário que já conheço bem: muito agressivo, com c-bet altíssimo e tendência a barrelar as três streets. Ele tinha algo próximo a 50 blinds. No flop, acertei o segundo par e logo pensei: se eu abrir espaço, ele vai contar a história até o fim. Foi exatamente o que aconteceu: c-bet no flop, barrel no turn e shove no river em um bordo que deixava até top pair desconfortável. A linha dele não fazia sentido, a história ficou mal contada. Respirei, paguei, e era bom. Esse spot me deu confiança e foi um dos pontos altos do torneio”.
Ele também comentou sobre a dificuldade devido ao alto nível técnico dos jogadores na FT: “A mesa final foi formada por um field bastante duro, com nomes fortes como Allan Karas, 77 Portuga, Patriota e Greg, além de alguns jogadores recreativos. Entrei na FT em 3º de 9 em fichas, mas o Greg concentrava quase um terço das fichas do torneio, o que reduzia bastante a diferença entre o meu stack e o dos shorts stacks. O seat draw também não favoreceu: fiquei posicionado exatamente entre os principais regulares, o que limitou bastante minhas opções de agressão. Diante disso, a estratégia mais viável foi adotar um jogo mais contido, explorando apenas spots claros para preservar o stack. Até o 4-handed, a linha foi essencialmente tight, alternando entre alguns raises, folds e 3-bets pontuais para manter a sobrevivência no torneio. Foi, sem dúvida, uma FT de alto nível e bem diferente do padrão que costumamos ver no H2”.
Já no HU as coisas ficaram mais fáceis graças à boa leitura de Natanael do seu oponente: “No heads-up, o adversário foi o Greg, um jogador experiente, mas extremamente agressivo, com VPIP alto e tendência a barrelar em praticamente todos os spots. Essa característica abriu espaço para eu impor meu jogo, escolhendo mãos de baixa equidade para aplicar 3-bets, que passaram com frequência. A dinâmica favoreceu a acumulação rápida de fichas e, aliado a um baralho favorável, o HU se resolveu de forma ágil. O desapego do Greg às fichas facilitou o caminho e garantiu a vitória”.
Natanael somou bons pontos para o ranking do circuito e deve entrar na briga por uma vaga no top 10. Ele comentou um pouco sobre a disputa e sua expectativa para o restante do ano: “E falando em ranking, esse é um ponto especial pra mim. Eu gosto da dinâmica e, embora tenha começado mal o ano — perdi as duas primeiras etapas —, a última foi excelente e essa também começou muito bem. Se o ranking for atualizado, acredito estar entre os top 10. Não vou fazer nenhuma loucura por ranking, não faz parte do meu estilo. Mas vou tentar, sim, disputar. Mais do que o resultado, ficou a sensação de ter feito um torneio sólido: controle emocional, leitura afiada e disciplina em todas as fases”.





